Taxista acredita que foi salvo de assalto por câmera no táxi

Suspeito pediu para descer do carro ao saber que estava sendo filmado

Sérgio Braidotti, de 64 anos, trabalha como taxista na cidade de São Paulo há 36 anos. Agora, acredita que a categoria está vivendo um novo tempo, com os aplicativos e a câmera de segurança para táxis. “Eu não sei mais trabalhar sem os aplicativos e sem a câmera de segurança. A tecnologia veio para favorecer a categoria”, afirmou o taxista.

Sérgio conta que avisa a todos que entram em seu carro sobre a filmagem. “Eu falo para os passageiros sobre a câmera e o armazenamento das imagens em uma central. Eles elogiam a iniciativa, e dizem que a câmera deveria ser obrigatória nos táxis para evitar a violência”.

Porém, a filmagem não agrada quem tem algo a esconder. Dias atrás, o taxista apanhou um passageiro na Avenida Angélica, durante o dia. “Se eu não tivesse a câmera no táxi não teria parado para ele, porque senti algo estranho. Mas, com a câmera, decidi parar e fazer um teste”.

Já dentro do carro, Sérgio avisou sobre a câmera. “Quando ele me falou o endereço, eu lembrei que aquele lugar não é bem freqüentado. Então, disse que o táxi era monitorado, e as imagens ficavam armazenadas em uma central. Imediatamente, ele colocou as duas mãos no rosto e falou para eu desligar a câmera, porque ele não poderia ser filmado. Na hora eu encostei o táxi, ele desceu e foi embora”.

Sérgio conta que só permitiu que seu filho começasse a trabalhar na praça depois de instalar a câmera no táxi. “Meu filho está trabalhando como taxista há poucos meses, e se eu não tivesse com a câmera no táxi, não teria permitido que ele ingressasse nessa profissão. Não quero que ele passe pelo que eu passei”, conta Sérgio.

O experiente taxista conta que seu filho também tem uma história sobre a câmera para contar. “Ele parou para um passageiro na Alameda Santos, e a corrida seria até a Zona Leste. No caminho, meu filho notou algo estranho, e avisou que o táxi estava sendo monitorado. No quarteirão seguinte, o suspeito pediu para parar dizendo que iria encontrar a namorada. Ele desistiu da corrida quando soube da câmera”, contou Sérgio.

Durante os anos que está na profissão, Sérgio foi vítima de sete assaltos, e chegou a ser acusado pela polícia de participação em um crime. “Em todos os assaltos que sofri os bandidos se passaram por passageiros, e eu não desconfiei. Já fui assaltado por uma mulher com uma almofada na barriga, que se passou por grávida, mas o que mais me traumatizou foi ter sido acusado de cúmplice de um criminoso”.

Em 1987, um passageiro entrou no táxi, pediu uma corrida, desceu no destino e pagou normalmente. Naquela noite, a polícia chegou à casa de Sérgio e o levou para a delegacia. Sem saber por que estava sendo detido, o taxista foi interrogado e acusado de participação em um crime. Só depois Sérgio descobriu que aquele passageiro era um sequestrador, e usou o táxi para ir pegar o dinheiro de um resgate.

“Eu fiquei 48 horas na delegacia, sem ter culpa. Se, naquela época, meu táxi tivesse uma câmera de segurança, a polícia saberia na hora que eu não conhecia o bandido, e apenas parei para um passageiro que solicitou o meu serviço”, afirmou Sérgio.

Com a experiência depois de anos na praça, o taxista alerta que a maior parte dos assaltos acontece entre às 19h e às 21h, ou na madrugada. “Os bandidos querem se misturar aos trabalhadores, e por isso escolhem o início da noite. Mas, infelizmente, muitos assaltos estão acontecendo até durante o dia”.

Sérgio afirma que hoje, a câmera faz parte da sua ferramenta de trabalho, e aumentou a sua segurança. “Eu comento com todos os taxistas que conheço, e afirmo que a câmera funciona. Essa câmera foi desenvolvida a pedido do companheiro Salomão Pereira por uma empresa séria, a Cerruns, e o projeto envolveu diversos engenheiros. Nós, taxistas, precisamos valorizar essa tecnologia feita a nosso favor”, finalizou.

Câmera de segurança: tecnologia a serviço da categoria

Pensando na segurança da categoria, Salomão Pereira e a empresa Cerruns desenvolveram a câmera de segurança para táxis. Diferente das outras câmeras para veículos, onde a gravação das imagens ficava armazenada no próprio carro trazendo risco para a vítima, a câmera idealizada por Salomão envia as imagens para uma central. Mesmo que o carro seja roubado ou destruído, a identificação do criminoso estará registrada.

Para orientar o passageiro, um selo informa sobre a filmagem: Este veículo está sendo monitorado, com registro de imagem transmitido para uma central. “Não adianta instalar uma câmera veicular do tipo DVR. Como o assaltante não tem informação que sua imagem está registrada, ele pode assaltar e até assassinar o taxista para levar o carro e resgatar as imagens. Com o selo, o bandido não cometerá o crime e descerá do táxi”, lembrou Salomão Pereira.

Interessado em câmera de segurança para o seu táxi?

A empresa de tecnologia Cerruns e a LG desenvolveram uma solução prática para a instalação da câmera. O taxista pode utilizar a linha do seu próprio aparelho smartphone, adquirindo apenas outro aparelho, sem linha, para uso da câmera.

O custo do armazenamento das imagens e manutenção de todo o sistema é de R$ 45 ao mês. A instalação do equipamento sai por R$ 250, e pode ser parcelada em três vezes sem juros.

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