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Veículos com rastreadores de fábrica ainda não saíram do papel

Após sete anos, projeto não se sustenta economicamente


Publicada em 27 de Julho de 2007, a Resolução 245 do DENATRAN, que estabelece a obrigatoriedade da instalação de rastreadores em veículos novos produzidos no Brasil, ainda não saiu do papel.


O fato motivador para a criação desta resolução seria o elevado número de roubos de veículos. Questionamentos com relação à legalidade foram os principais pontos de discussão e de interposições judiciais em função da invasão de privacidade que tal medida iria permitir e da sua, conseqüente, inconstitucionalidade.


Além dos aspectos legais, vários motivos são alegados para os diversos adiamentos, como a falta de estrutura de comunicação de dados, evolução da tecnologia, adaptação das montadoras de veículos, etc. Porém, não vemos nenhuma análise sob o ponto de vista econômico. Este, a meu ver, tem sido o real motivo deste projeto não sair do papel.


Então, fica a seguinte pergunta: Os gastos com investimento e custeio deste projeto são compensados pela redução dos roubos de veículos?


Análise da frota segurada


Conforme dados da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), em 9.049.900 veículos de passeio segurados entre julho de 2010 e junho de 2011, tivemos um volume de indenizações relativas a roubos de 1.692.487.898. Neste caso o prejuízo médio mensal por veículo segurado foi de R$ 15,58.


Os preços médios praticados pelas empresas de rastreamento que utilizam a tecnologia definida pela resolução giram em torno de R$ 60 mensais, muito acima do valor máximo citado acima.


Sobre os custos e receitas do sistema, ainda temos outros pontos a considerar:


1 - A ativação do sistema será opcional. Sendo assim, os custos dos equipamentos não ativados terão que ser rateados pela frota que optou pela ativação.


2 – A resolução estabelece que o usuário poderá solicitar a ativação a qualquer momento. Sendo assim, por que motivo ele ira ativar o sistema e passar a ter um custo mensal sem que o veículo tenha sido roubado?     Sabendo que o veículo possui um rastreador que pode ser ativado a qualquer momento, ele poderá esperar a ocorrência do sinistro e ativar quando necessário.


Mesmo criando-se a obrigatoriedade do usuário pagar a mensalidade pelos 12 meses seguintes à ativação, ainda assim será vantagem para ele. Seria como se ele pudesse fazer uma apólice de seguro após o veículo ter sido sinistrado.


Estando esta análise correta, as dificuldades não serão apenas de implantação. O sistema terá enorme dificuldade de se sustentar economicamente.
Eduardo Mirelles


Pós-graduado em engenharia de segurança pela UFRJ.
Gerente de Pesquisas & Desenvolvimento da 3T Systems.

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