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Ciclovias desalojam pontos de táxis pela cidade

Reclamações referentes às ciclovias se multiplicam Taxistas, comerciantes e moradores reclamam da prepotência da prefeitura


Ciclovias 1As faixas sinalizando as ciclovias estão se multiplicando pela cidade. Teoricamente a ideia é boa, mas basta analisar a questão mais de perto para ver que nem todos são favoráveis à implantação dessas vias segregadas. A Folha do Motorista esteve em dois desses locais, e ouviu reclamações de taxistas, comerciantes e moradores.


A Rua Marechal Fiúza de Castro, transversal à Rodovia Raposo Tavares, era o local onde ficava o ponto de táxi 1145 (chamado de Ponto do Extra Raposo). Agora, os taxistas simplesmente não sabem o que fazer, onde ficar e o que será feito de toda a infraestrutura que foi implantada no local. “Nosso ponto de táxi está aqui há mais de 20 anos. Mas, hoje, não sabemos onde iremos trabalhar”.


Tudo começou em uma noite de domingo. As faixas vermelhas indicando a ciclovia foram pintadas de madrugada, e ao chegar segunda feira de manhã para trabalhar os 15 permissionários simplesmente estavam sem ponto de táxi.    “Nem desconfiávamos que aqui iria ser uma ciclovia. Não fomos consultados ou notificados: só na segunda de manhã vimos que o ponto havia sumido”, afirmou o taxista David Domingues.  


A ciclovia implantada na região irá se interligar até chegar à USP. O local onde ficava o ponto de táxi é o último trecho da ciclovia, que não poderá seguir adiante porque a rua termina em uma alça de acesso à Rodovia Raposo Tavares onde, por motivos de segurança, os taxistas acreditam que não poderá ser implantada uma continuação para as bicicletas.


“O problema é a falta de planejamento. O trecho da ciclovia que ocupou nosso ponto compreende os últimos 10 metros da rua, e depois já é o início da Rodovia Raposo Tavares. Porque essa ciclovia não terminou na esquina de cima, para deixar o nosso ponto no mesmo local? Dez metros a menos não iriam fazer diferença, mesmo porque essa ciclovia não terá continuidade”, afirmou o taxista.


Ciclovias 2Os taxistas estão preocupados porque, até o momento, não foram informados para onde o ponto será transferido. Provisoriamente e sem nenhuma sinalização os carros estão sendo estacionados do outro lado da rua, mas não há garantias de que o ponto será implantado nesse local.


“Nós fomos desalojados de uma hora para a outra. O coordenador do ponto procurou o DTP (Departamento de Transportes Públicos) e foi informado que esse tipo de situação está ocorrendo em toda a cidade. O próprio funcionário do DTP reclamou que eles não estão sendo avisados com antecedência sobre as ciclovias, e por isso os taxistas também não são informados”.


Além da incerteza sobre o local definitivo do ponto, os taxistas possuem toda uma estrutura montada no local, com quiosque de alvenaria, telefone, água e uma comunicação direta com o supermercado Extra, que acionam os táxis para os clientes através de uma campainha. “Nós temos esse acordo com o supermercado, e atendemos os passageiros dentro do estacionamento. Nossos clientes estão aqui. Não podemos ir para outro lugar”, afirmou o taxista.


Ciclovia implantada na Vila Mariana desaloja taxistas e irrita comerciantes e moradores


Ciclovias 3Comerciantes, moradores e taxistas da Rua Coronel Lisboa, na Vila Mariana, estão descontentes com a implantação da ciclovia. O estacionamento de veículos na rua ficou impossível, já que de um lado há a ciclovia e do outro lado da rua é proibido estacionar. O ponto de táxi que existia há mais de 25 anos no local foi inutilizado, e os taxistas ficam rodando pelas ruas em busca de passageiros, sem parada.


“Estamos perdendo fregueses, afirmou Fátima Abatepietro, proprietária de um restaurante no local. Ela reclama também como moradora, já que sua residência fica bem em frente ao seu comércio. “Até minhas visitas particulares foram prejudicadas, porque não têm onde parar o carro. E o pior é que não vemos bicicletas nessa faixa”.


Comerciante há 43 anos no local, Laércio Duarte de Lima possui uma loja de produtos ortopédicos e também está revoltado com a prepotência da prefeitura, que não realizou nenhum tipo de consulta antes da implantação da ciclovia. “Meus clientes são pessoas amputadas, com deficiência física e cadeirantes, que precisam descer do carro em frente ao meu comércio”.


Laércio também afirma que há 14 anos solicitou à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) autorização para indicar com placas o estacionamento de veículos de deficientes em frente à sua loja, e após o deferimento do órgão pagou do próprio bolso a confecção da sinalização. “Eu gastei R$ 990 nas placas, e elas foram arrancadas de madrugada por causa da ciclovia”.


Ana Paula Santiago, outra comerciante da Rua Coronel Lisboa, também é contra a implantação da via segregada de bicicletas em frente à sua loja. “Poderiam deixar a ciclovia ativa aos finais de semana. Durante a semana não passam bicicletas. Não é necessária”. Lauro Maciel, proprietário de outro restaurante, afirma que perdeu 50% dos clientes depois da ciclovia. “Pelo menos do outro lado da rua poderiam liberar o estacionamento. Não tenho nem como descarregar mercadorias”. Estacionar em ciclovia é considerado infração gravíssima, com multa de R$ 127,69, além de oito pontos na carteira.


Ciclovia é pintada no meio de avenida movimentada em SP


A ciclovia que está sendo implantada na Avenida Ministro Petrônio Portela, localizada na Freguesia do Ó, zona norte, está causando polêmica. Isso porque a faixa vermelha destinada às bicicletas foi colocada no meio da avenida, gerando riscos de atropelamentos para os ciclistas e podendo causar acidentes entre os carros.


Segundo a CET a ciclovia poderá ser utilizada nos dois sentidos, e haverá a implantação de “tachões”, também conhecidos como “tartarugas” para delimitar o espaço. São Paulo já contabiliza 110 km de ciclovias implantadas pela atual gestão. A meta da prefeitura é construir uma rede de 400 km de faixas exclusivas para bicicletas até o final de 2015.


Moradores de bairro nobre conseguem que ciclovia seja retirada do local


A ciclovia implantada na Praça Villaboim, em Higienópolis, está sendo apagada com tinta cinza. Isso porque os comerciantes e moradores da região se posicionaram contra a via, que estava em frente a bares e restaurantes.


Para atender a solicitação de retirada da ciclovia a prefeitura irá pintar as faixas vermelhas em ruas ao redor, removendo inclusive um ponto de táxi que fica no novo caminho traçado para as bicicletas.


A decisão foi tomada, segundo a CET, depois de reuniões com os comerciantes. A prefeitura afirma que não cedeu às pressões, e apenas readequou um trecho de 30 metros de ciclovia.


Ministério Público instaurou inquérito sobre ciclovias


Ciclovias 4A promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira, da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo do Ministério Público (MP), instaurou um inquérito para averiguar a implantação das ciclovias. O MP quer verificar o impacto das novas vias no trânsito, e saber o cronograma de implantação das ciclovias.

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