HISTÓRIAS DA PRAÇA

A Folha do Motorista conta histórias emocionantes, engraçadas, perigosas e inacreditáveis dos taxistas de São Paulo.

A cidade de São Paulo tem um taxista poeta

Conheça um pouco da história de Ari, um taxistaque vai lançar seu segundo livro de poesias

Ari Lopes da Fonseca tem 70 anos, e trabalha como taxista na cidade de São Paulo desde 1980. Começou a escrever versos ainda criança, mas há 18 anos, quando soube que iria ganhar o primeiro neto, a poesia passou a fazer parte da sua vida. Hoje já tem um livro lançado e prepara o segundo, que estará à venda no ano que vem.

O taxista poeta gosta de trabalhar na praça, apesar de já ter levado cinco tiros em um assalto. Mas, quando a inspiração aparece, Ari para o carro em um lugar tranquilo para não perder as ideias que surgem em sua cabeça. “Hoje com o gravador do celular está mais fácil. Quando penso em algo que pode virar uma poesia gravo na hora”, afirmou.

Além das inspirações, Ari também faz poemas sob encomenda. “Várias pessoas me pedem poemas e me passam o tema, que geralmente é o nome de alguém para uma homenagem. Então eu preciso conhecer um pouco a história para poder escrever com verdade”.

Os poemas do taxista podem ser vistos em seu blog (www.poemasverdadesdavida.blogspot.com), ou em seu livro, à venda pela internet. Ari sempre deixa no banco de trás do táxi um exemplar, e muitos passageiros não acreditam que ele é o autor. “Eu já precisei mostrar meu documento de identidade para provar, mas no final eles acabam comprando o livro na hora”.

Junto com o livro, Ari entrega um cartão de visitas e pede um retorno com as críticas, elogios ou sugestões sobre o seu trabalho. “Recebo muitos e-mails de passageiros que se sentiram homenageados pelos meus poemas e recomendam o livro para outras pessoas. Por isso, eu já preparei o volume dois, e pretendo lançá-lo logo depois do Carnaval”.

Livro: Poemas Verdades da Vida
Autor: Ari Lopes da Fonseca
Compre pelo site: www.clubedeautores.com.br

Homenagem para Salomão

 
Taxista da cidade de São Paulo
Em março, terá um vereador à disposição.
Salomão Pereira da Silva
Suplente, assumirá com boa intenção.

 
Dois mil e quinze será um ano de glória
Podemos contar com o Salomão
Vai fazer um trabalho honesto
Com muita dedicação

 
Salomão já esteve lá
Sabe muito bem como proceder
O direito de uma hora na zona azul
Colocará em pauta para prevalecer

 
Sempre defendeu o taxista
Na Câmara muito bem vai trabalhar
Será um representante do povo
Vai atender quando precisar

 
Para construir o Estádio do Corinthians
Que tem apelido de Itaquerão
Sua participação foi definitiva
Ele deu a última decisão

 
Deus disse a Salomão, peça o que quiser.
Riqueza, Salomão não queria,
Percebeu sua simplicidade
Então, te dou inteligência e sabedoria.

 
Poema de Natal

Em uma cidade pequena nascia um menino
Que ia fazer muitos milagres para alguém
A estrela foi uma guia
Isso aconteceria na cidade de Belém

Se Maria não estava grávida
Como isso poderia acontecer
O Pai Espiritual sabia o menino
Até os trinta e três anos iria viver

Infelizmente fala mais de Papai Noel
Do que a realidade do próprio Cristo
O menino que nasceu pobre
Mas muito rico em espírito

Natal não é só árvore enfeitada
O ano inteiro tem que ter amor de verdade
Em muitos seres humanos
Natal não vive a realidade

Tem gente que não te cumprimenta
Parece que você não existe
Cumprimentar só na época do Natal
Isso que me deixa triste

Natal e final de ano
É tempo de reflexão
O que você fez o ano inteiro
Cristo sabe dessa avaliação.

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