Taxistas protestam e pedem mais fiscalização de carros clandestinos

Categoria se reuniu em 11/11 e percorreu a Câmara Municipal, a Prefeitura, a Secretaria de Segurança e o Palácio do Governo

Às 07 horas da manhã do dia 11 de novembro centenas de taxistas se reuniram na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, para protestar contra a falta de fiscalização dos carros particulares que trabalham como táxis. O alvo principal foi a empresa Uber, que mesmo proibida através de uma recente lei municipal continua operando na capital paulista. Segundo os taxistas, a única forma de coibir o trabalho dos motoristas da Uber é a apreensão dos carros e multas.

Da Praça Charles Miller os taxistas seguiram em carreata para a Câmara Municipal de São Paulo, onde lideranças da categoria discursaram pedindo uma maior fiscalização dos carros particulares. Em seguida os taxistas se concentraram em frente à sede da Secretaria de Segurança Pública, e pediram uma audiência com o Secretário de Segurança Alexandre de Moraes, mas não foram atendidos.

A última parada do protesto se deu no Palácio do Governo, onde um representante do governador Geraldo Alckmin recebeu alguns taxistas para ouvir as reivindicações. De acordo com o governo paulista, cabe à prefeitura realizar ações de fiscalização para coibir o transporte irregular de passageiros.

Na Câmara Municipal taxistas são ouvidos na Subcomissão de Estudos de Táxis
    

Enquanto o protesto acontecia representantes da categoria taxista eram ouvidos na Subcomissão de Estudos criada pela Câmara Municipal para avaliar o transporte individual de passageiros na cidade. Além disso, um documento pedindo mais fiscalização para os veículos clandestinos que atuam como táxis foi entregue ao presidente da Casa, vereador Antônio Donato (PT).

Os taxistas convidados abordaram temas como mobilidade urbana, transporte irregular de passageiros e o estudo realizado pela SP Negócios, que prevê a criação de 15 mil novos alvarás na cidade. Os presentes se posicionaram contra a medida, e defenderam que não há passageiros suficientes para que todos os taxistas tirem seu sustento.

Já o presidente do sindicato dos taxistas autônomos de São Paulo, Natalício Bezerra, afirmou categoricamente que há venda de alvarás na cidade. Questionado pelo vereador Ricardo Young, membro da subcomissão, o sindicalista disse é necessário uma regulamentação para que o alvará deixe de ser vendido às escuras, e passe a ser comercializado dentro da lei, com o pagamento de impostos para a administração pública.  

Protesto aconteceu também em MG e RJ

Taxistas saem em carreata contra o Uber em Belo Horizonte

Taxistas mineiros e cariocas também protestaram contra o Uber em 11 de novembro. Em Belo Horizonte cerca de 1.500 taxistas se reuniram em frente ao estádio do Mineirão, e seguiram em carreata para a Câmara de Vereadores. Segundo o sindicato da categoria os taxistas pediram a imediata proibição do aplicativo Uber.

A Empresa Municipal de Transportes da capital mineira, a BHtrans, propôs a criação de uma nova categoria de táxi, a Premium, em um padrão superior ao do serviço já existente, para tentar resolver o impasse. Com isso, os motoristas do Uber terão duas saídas: ou poderão se candidatar a taxistas auxiliares, já que os aplicativos só poderão trabalhar com motoristas já licenciados, ou poderão formar empresas para concorrer a uma das 600 placas empresariais que serão licitadas até o fim do ano.

No Rio de Janeiro os taxistas partiram em carreatas de vários pontos da cidade, e se concentraram no Aterro do Flamengo. De lá os táxis seguiram para o Tribunal de Justiça, para protestar contra um projeto de lei que pode ser votado no Senado Federal que regulamenta os aplicativos, inclusive o Uber.

Na capital carioca o Uber chegou a ser proibido por uma lei municipal, mas uma liminar do Tribunal de Justiça permitiu que os motoristas do app continuassem o trabalho normalmente.