Depois de 37 anos, taxista está descontente com a profissão

Cícero procurou a Folha do Motorista para expressar sua insatisfação

O taxista Cícero Lins Calheiros está insatisfeito com o rumo que a sua profissão está tomando. Na praça há 37 anos, ele enxerga como uma ditadura as resoluções unilaterais tomadas pela Prefeitura e Secretaria Municipal de Transportes (SMT), e lamenta a falta de representatividade da categoria.

Segundo Cícero a obrigatoriedade de aceitar cartão de crédito e débito, que entrará em vigor em 04 de março, é uma espécie de ditadura. “Eu não posso ser obrigado a aceitar uma forma de pagamento. Na verdade isso deveria ser regulado pelo mercado: se o mercado exigir que eu tenha a maquininha eu terei, ou perderei corridas. Mas não deveria ser uma imposição do Poder Público”, afirmou o taxista.

Ele lembra que muitos profissionais que atendem ao público em variadas atividades ainda não aderiram ao pagamento eletrônico, e não foram obrigados a isso pela Prefeitura. “Meu mecânico e meu despachante não possuem maquininha, e já frequentei vários tipos de comércios que também não aceitam cartão. Porque foi criado um decreto apenas para fazer essa exigência dos taxistas?”

Cícero guarda até hoje sua primeira matrícula como taxista, e lamenta que a falta de fiscalização sobre os carros irregulares esteja prejudicando sua profissão. “Hoje só vemos os taxistas legalizados sendo fiscalizados. Os clandestinos rodam livremente, sem serem importunados, e isso não é justo”.

Outro aspecto que o taxista lembra é a lista de documentação pedida aos profissionais que estão trabalhando de acordo com a lei, exigência ignorada pelos ilegais. “Nós temos que apresentar atestado de antecedentes criminais, comprovantes variados e os ilegais simplesmente saem para a rua e trabalham, colocando em risco até mesmo os passageiros”, lembrou Cícero.

Para finalizar, o taxista lamenta o fato do sindicato da categoria não lutar para reverter decisões que podem trazer prejuízo para toda a classe. Segundo ele, a entidade existe para defender seus membros, mas tudo o que a administração municipal impõe é aceito sem maiores questionamentos.

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