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Nem prefeitura, nem cooperativa. Aplicativo ResolveAí passa a definir quem pode parar no Terminal 1 do Galeão

Administração do aeroporto reserva o ponto apenas para táxis que usam o aplicativo e provoca ações judiciais e ameaças de greve


As mudanças no Galeão chegaram. E chegaram desagradando a maior parte da praça carioca. Por decisão do consórcio RioGaleão, o ponto do terminal 1 do Aeroporto Internacional Tom Jobim deixou de ser exclusivo das tradicionais cooperativas Aerocoop e Aerotaxi e passou a ser operado por uma empresa de tecnologia – a ResolveAí, que chega cobrando como empresa de táxi, apesar da falta de registro para tal. Mesmo os táxis legalizados pela Prefeitura estão proibidos de parar ali, caso não trabalhem para o aplicativo.


A insatisfação ficou demonstrada no primeiro dia da operação do novo sistema. Poucos taxistas se aventuraram a ocupar o terminal 1 no dia 2 de junho. Principalmente depois que a administração do aplicativo divulgou que passaria a cobrar por corrida realizada. Taxistas dizem que a ResolveAí cobra R$ 900 para a utilização do seu sistema. Mais um custo para quem já paga muito, inclusive os diaristas.


A Secretaria municipal de Transportes não interfere na questão. A justificativa é de que o Galeão é área privada. Mas a presença de agentes da Guarda Municipal multando dentro do aeroporto deixa os taxistas sem entender ao certo de quem é a responsabilidade pelo ponto. Por decreto, a GM foi instituída para proteger o bem público e não pode ser utilizada em bens particulares.
Ações contrárias


Nas redes sociais, os protestos são veementes. “É cada coisa absurda que aceitamos nesse país. Termos que pagar para uma Empresa, por um direito de Prestar o serviço aos nossos clientes. Será que só eu acho isso absurdo”, escreve um taxista. “Quero ver o aeroporto funcionar sem taxi”, manifesta outro colega. Outros pedem boicote ao aplicativo.


Taxistas de vários pontos procuraram respaldo na assembleia Legislativa. O vice-presiente da Comissão de Transportes da Alerj, deputado Dionísio Lins, (PP), ouviu denúncias de cadastramento de carros irregulares por parte de alguns aplicativos. Lins acionou o Ministério Público Estadual em ofício à 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte:


“A plataforma virtual encobre a atividade de transporte de pessoas sem segurança, sem controle e sem arrecadação por todas as suas atividades. O Aplicativo Resolve Aí vem cadastrando locais e recrutando pessoas com seus veículos não legais para que possam realizar o transporte de passageiros, de forma remunerada e em pontos específicos”, justiffica o deputado.


A denúncia ao MP inclui a atividade de modo ilegal nos pontos dos shoppings principais da cidade, além dos hotéis da Zona Sul e aeroportos.


“O aplicativo não pode ser baixado para smartfones, possui cadastro na Receita Federal como intermediação comercial e serviços e atua como empresa de táxi comum. E ainda deixa de contribuir para o Estado em relação aos impostos e taxas pertinentes ao serviço de táxi. Esses motoristas atrelados ao ResolveAí não possuem preparo, registro em órgãos legais e ainda são, na verdade, taxistas piratas, sem controle público”, frisa o deputado em ofício à Promotoria de Justiça.

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