Taxista dá sua opinião sobre o decreto da prefeitura e futuro da profissão

Unificar todas as categorias de táxi da cidade com o padrão dos Táxis Luxo seria o ideal, de acordo com o taxista

Adilson Xavier, taxista há 18 anos, está insatisfeito com a posição da prefeitura em relação à categoria taxista. Por isso decidiu procurar a Folha do Motorista para expor sua opinião, e também para dar sugestões que podem melhorar a relação dos taxistas com a opinião pública, que pode ser manipulada pela mídia contra os táxis.

Em relação às manifestações, apesar de ser um direito legítimo, Adilson lembra que é preciso tomar cuidado com a forma que elas são feitas. “Violência e bloqueio de ruas denigrem a imagem do taxista. Temos que trazer a população para o nosso lado, e não fazer com que as pessoas sejam contra o serviço”, afirmou.

Além disso, Adilson acredita que a prefeitura deveria estudar melhor o assunto antes de fazer um decreto que irá alterar a vida de milhares de pais de família. “Era necessário um estudo para verificar se o número de táxis é ou não suficiente. Isso deveria ser feito ponto a ponto em todas as regiões da cidade”.

Outra questão levantada pela prefeitura para permitir que os aplicativos trabalhem na cidade com carros particulares refere-se à qualidade do serviço de táxi. Para isso, Adilson propõe que a prefeitura unifique todas as categorias: Luxo, Especial, Comum e Preto, com curso de capacitação compatível com a categoria Luxo, e frota de carros específica, com exigências como bancos de couro, carros escuros, entre outros itens.

O taxista também acredita que, se os taxistas puderem negociar o valor da tarifa com o passageiro, haveria mais corridas e menos reclamações. “Os táxis continuariam com o taxímetro, e a tarifa seria determinada pela prefeitura, como é hoje. Porém, seríamos livres para negociar valores fechados com os passageiros, que poderiam optar por esse tipo de cobrança ou pelo taxímetro normal”, sugeriu.

Adilson acredita que, com o decreto da prefeitura, os taxistas e os motoristas do Uber estão perdendo. Segundo o taxista, em meio à crise econômica em que vivemos, não há passageiros suficientes para todos, e nesse contexto somente a empresa Uber é a ganhadora. “Não sou contra os aplicativos e a modernidade, desde que dentro da lei. O correto é que os taxistas façam o transporte individual de passageiros, e caso seja necessário, a prefeitura deveria fornecer mais alvarás para a categoria”, finalizou o taxista.