Como surgiu a câmera nos táxis, para a segurança do taxista de SP

Convidado por um amigo para atender o Sr. Salomão, não imaginava o comprometimento com as responsabilidades que estava sendo envolvido. Na época foi colocada a necessidade de se indicar um fabricante ou um fornecedor de câmeras para a captura de imagens em táxis. Iniciamos a procura e todas as tentativas foram frustradas, confirmando o que já se tinha constatado: nenhuma opção atendia às necessidades do produto e do taxista.

Numa conversa o Sr. Salomão disse: “Preciso de qualquer forma prover a categoria de uma defesa, para que possam trabalhar com mais segurança. São pais de famílias submetidos a condições críticas, e até de morte. Eu, como responsável pela categoria, preciso minimizar estes ataques e resolver parte deste problema social”.

Estas últimas palavras me deram a real dimensão e necessidade desta medida. Dito isto, entendemos e mudamos radicalmente o sentido da procura. “Se o mercado não tem condições de suprir estas necessidades, vamos então criar e produzir esta solução”, disse Salomão.

Durante o evoluir do projeto, o Sr. Salomão constantemente relatava os casos vividos pela classe e complementava que este nosso trabalho seria um serviço social. Partimos então para prover o produto de condições para toda a classe. O preço deveria ser acessível e com baixos investimentos para os taxistas.

Como conseguir um bom preço necessitando capturar imagens e ainda transmiti-las? Pedimos auxílio então a grandes empresas, operadoras de celular e aos fabricantes dos equipamentos. A sorte então sorriu para o nosso grupo.

Pegamos “carona” num grande empreendimento de um fabricante de refrigerantes e de uma empresa de publicidade, além de um esforço especial das operadoras de celulares.

Partimos então para o trabalho de engenharia. Nosso desafio era compactar os grandes arquivos de imagens em informações que poderiam ser processadas e armazenadas em um computador simples. Esta solução foi encontrada por um de nossos engenheiros num momento de rara inspiração. Os arquivos ficaram minúsculos, mantendo-se toda a qualidade das imagens.

Hoje temos então uma solução, feita em caráter de mutirão com os profissionais voltados para atender a sociedade. A comprovação veio em forma da nossa participação e da grande receptividade por parte dos taxistas no Feirão do Táxi. Sempre otimista, o Sr. Salomão insistia que a câmera seria uma grande arma de defesa para os taxistas. Frente ao que presenciamos neste evento, podemos afirmar.

É uma solução onde a participação de um grupo de profissionais apresentou uma solução que estava em nossos quintais. Conseguimos atender a solicitação do Sr. Salomão e prover a classe de uma ferramenta de defesa. Um fato interessante e inesperado.

A câmera, computadores, linha de celulares, tudo isto não se mostrou mais importante que o selo criado para anunciar que as imagens eram transmitidas para uma central. Admirem... O mais importante é o selo. Todos os demais equipamentos e as soluções de alta tecnologia ficaram como instrumento para dar a credibilidade a este selo. É ele que inibirá o roubo ou o assalto. É ele, o selo, a principal arma dos taxistas.

Convidado a participar do Feirão do Táxi, percebi o real tamanho da responsabilidade. São pais, mães de família, filhos, filhas e amigos que estavam expostos aos riscos.

Mando aqui um recado para o Sr. Salomão: “Sr. Salomão, agora entendo a sua solicitação. Em seu lugar, teria o mesmo comportamento e a mesma insistência. Fico feliz em ser convidado e fazer parte desta família, os taxistas. Sentimos-nos realizados em ter participado deste serviço social. Muito obrigado pelo convite e, principalmente, pela confiança”.

Edson Simizo
Cerruns Ind. Com. Equip. Eletrôn. Ltda