Taxista que organizou manifestação contra o aplicativo Uber é agredido

Caso aconteceu uma semana antes da votação do Projeto de Lei na Câmara Municipal que proibiu o app

O taxista Vagner Cardoso Dias não é filiado a nenhuma organização política ou partidária, mas resolveu coordenar uma carreata para acompanhar a votação do PL 349/2014, que aconteceu no último dia 09 de setembro na Câmara Municipal de São Paulo. O PL, agora aprovado pelos vereadores, proibiu que aplicativos fossem utilizados por carros particulares para realizar o transporte remunerado individual de passageiros, entre eles o app Uber.

Porém, uma semana antes da votação, o taxista acabou sendo vítima de uma agressão covarde sem chance de defesa. Vagner estava parado no seu ponto, aguardando passageiros, quando três homens chegaram e chamaram pelo seu nome. Ao descer do carro para atender os desconhecidos, o taxista recebeu vários socos e golpes.

“Eu fui agredido por três homens que apareceram repentinamente, e como estava sozinho não consegui me defender. Eles me bateram muito, e ainda danificaram a porta dianteira do meu táxi”, relatou Vagner. Pessoas que passavam pelo local ficaram assustadas com a violência, e nada fizeram para ajudar o taxista.

Após a agressão os três desconhecidos foram embora calmamente. Vagner foi socorrido e levado ao hospital, e mais tarde compareceu à delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência por Lesão Corporal e Dano. “O delegado me instruiu a realizar um exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), e um exame pericial no meu veículo. Agora estou aguardando o que a polícia irá fazer”, afirmou.

Vagner tem plena certeza que a motivação da agressão foi a manifestação organizada por ele, porque em seguida mensagens anônimas começaram a chegar em seu celular ordenando que ele desistisse da mobilização dos taxistas no dia 09 de setembro. “Eu não cancelei a carreata, que aconteceu como previsto. Só que agora me preocupo com a minha família, porque eles também estão sendo ameaçados por essas mensagens. Já mudei de endereço e espero que a polícia identifique esses agressores”, finalizou o taxista.

Mobilização organizada por taxista aconteceu, mesmo após as agressões

A carreata organizada pelo taxista Vagner correu como o planejado, mesmo após as agressões covardes sofridas por ele. O movimento recebeu o apoio de um sindicato, que representa outras categorias profissionais, e distribuiu panfletos, confeccionou camisetas e conseguiu um carro de som, para acompanhar os táxis no trajeto.

Os taxistas se concentraram em frente ao metrô Vila Matilde, na Zona Leste, às 11 horas do dia 09 de setembro, e seguiram até a Câmara Municipal de São Paulo. Lá, se juntaram a taxistas de diversas regiões da cidade para acompanhar a votação do Projeto de Lei que proibiu os aplicativos em carros particulares para realizar o transporte remunerado individual de passageiros. Agora, o PL aguarda a sanção do prefeito Fernando Haddad.