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O taxista e a materialização dos problemas urbanos

Artigo taxistasNão há quem não se estresse nos congestionamentos diários a que estamos submetidos, não é mesmo? Um dia desses, com o carro andando em velocidade média menor que a de uma carruagem no século XIX, olhei para o veículo ao lado, um táxi, e passei a fazer uma reflexão sobre a profissão do taxista e percebi como ela materializa os grandes problemas contemporâneos das nossas cidades: mobilidade urbana, insegurança econômica, saúde, segurança e proteção social.


As preocupações do taxista começam tão logo ele sai de casa. Seu ambiente de trabalho é a cidade, composta por ruas (muitas vezes com asfalto deteriorado) e trânsito caótico. A mobilidade urbana é um fator diretamente ligado à qualidade de vida (ou falta dela). No que se refere ao trânsito, ostentamos uma das maiores taxas de mortalidade no trânsito do mundo, são quase 23 mortes por cada 100 mil habitantes no Brasil.


A profissão de taxista nos leva a refletir também sobre a insegurança econômica: os taxistas são autônomos, mas esta autonomia muitas vezes se transforma em dependência absoluta e autoexploração. Como esta profissão não lhe assegura renda estável e está à mercê de limitações derivadas de sua ferramenta de trabalho e de si próprio, para obter uma renda que garanta sua sobrevivência, o taxista se vê obrigado a prolongar sua jornada de trabalho para além de uma carga humanamente recomendável, atitude que muitas vezes compromete sua saúde e relações familiares e sociais.


E ainda são impactados por fatores estruturais que determinam sua renda. Quando a economia entra em fase de recessão, esses trabalhadores a sofrem de forma especial, pois a arrecadação diminui, já que o número de usuários de táxi decresce, ao passo que seus gastos permanecem invariáveis: seguro do carro, manutenção do veículo, gasto com combustível. E, assim como os trabalhadores da categoria comerciária, os taxistas dependem diretamente de um bom funcionamento da economia nacional. Neste sentido, a realização da Copa do Mundo no Brasil coloca no horizonte boas perspectivas este ano.


Para alcançar os resultados econômicos necessários à sua subsistência, os taxistas deixam de lado um direito fundamental: a saúde. A exposição a ruído constante, contaminação decorrente da poluição, má alimentação, uma atividade sedentária e um cotidiano estressante, resulta em sintomas psicossomáticos como cansaço, irritabilidade, tensão, cefaleia, insônia, dor nas costas, transtornos digestivos, mal estar geral. Como para o taxista dia não trabalhado é dia sem renda, muitas vezes ele opta (porque não lhe resta outra opção), continuar trabalhando enfermo ou com dor.


Os taxistas são vítimas de um sistema perverso: são trabalhadores que proporcionam um serviço público, mas que não contam com proteção social efetiva frente às intempéries cotidianas. Enfermidades e acidentes não são considerados acidentes de trabalho.


Do ponto de vista da segurança, a profissão de taxista é uma ocupação de alto risco, já que aqueles que a exercem expõem a sua vida a qualquer hora do dia, mas em especial no período noturno.


É por tudo isso que os companheiros taxistas merecem mais do que nosso respeito. Merecem empenho para a resolução desses problemas que afetam as nossas cidades e que impactam diretamente na sua profissão e no seu cotidiano. É preciso, portanto, pisar no acelerador para resolver essas questões urbanas para que os taxistas possam dormir e sonhar melhor com a nova jornada que irá se iniciar com o próximo nascer do sol.  
                                                                                         

Luiz Carlos Motta
Presidente da Federação dos
Comerciários do Estado de São Paulo

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