Taxistas de vários países protestam contra uso de aplicativo por carros particulares

No dia 11 de junho taxistas de Barcelona, Madri, Londres, Paris e outras cidades européias protestaram contra a concorrência dos chamados “veículos de turismo com condutor” (VTC). A empresa americana Uber, conhecida pelo seu aplicativo que possibilita corridas em carros particulares, foi o principal alvo das queixas.

“Nós vivemos do turismo quase o ano todo. E de repente chega esta gente que, sem pagar nenhum tipo de imposto nem ser profissional, tira seu negócio”, lamentava Silveri Pérez, taxista de 55 anos, na manifestação de Barcelona.

Em Madri, o setor organizou uma greve de 24 horas. A administração da Espanha se posicionou a favor dos taxistas: o Ministério de Fomento lembrou que os VTC podem receber multas de 4 mil a 6 mil euros. Em Barcelona, o governo regional catalão exigiu o fim imediato da atividade da Uber e iniciou processo para impor punições.

O movimento se originou no Reino Unido, onde os motoristas dos famosos táxis pretos estão preocupados com o espaço cada vez maior ocupado pela Uber. Seus colegas de outros países, também inquietos, os seguiram com uma mobilização em nível europeu.

Em Londres, milhares de taxistas se reuniram na Trafalgar Square e em seus arredores, buzinando e exigindo a renúncia do prefeito conservador, Boris Johnson, a quem acusam de não proteger seus direitos.

Em Roma foi organizada uma “greve ao contrário”, com os taxistas trabalhando o dia inteiro sem regras e cobrando no máximo 10 euros a corrida, como denunciam que os VTC fazem. O movimento também afetou cidades da Itália, além de Alemanha e França.

Entenda mais sobre a Uber

A Uber, empresa americana fundada em 2009, lançou um aplicativo para smartphones que coloca em contato particulares e motoristas não profissionais em 70 cidades de 36 países. A companhia cobra uma comissão sobre o preço da corrida.

A ideia é estimular a partilha de carros entre desconhecidos. Financiada por gigantes como a Goldman Sachs e a Google, funciona através de geo-localização para perceber que carros estão mais perto da pessoa que os chamou.

O aplicativo permite ao condutor calcular o preço da viagem, que depois é pago à própria empresa e não ao motorista. Os taxistas europeus, em especial os londrinos, alegam que o modo de calcular o custo da viagem nos veículos privados da Uber não se rege pelas mesmas tarifas dos táxis tradicionais, e por isso viola os regulamentos do setor. A entidade que regula o sistema de transporte de Londres encaminhou a questão para a justiça, e aguarda uma decisão.

Fonte: Terra (com informações da AFP)