Taxistas alertam sobre assaltos nas zonas norte e oeste de São Paulo

Assaltos acontecem geralmente à noite, e são feitos por motociclistas

O número de assaltos a taxistas está aumentando nas regiões norte e oeste de São Paulo. Essa pode não ser uma estatística oficial, mas segundo o taxista Alex Rosa da Silva, que mora próximo a esses locais, há três anos os taxistas têm sido alvo dos criminosos com mais frequencia.

Alex, seu pai (que também é taxista) e mais 10 amigos de profissão foram vítimas de crimes, sempre entre os bairros de Pirituba, Vila Nova Cachoeirinha, Freguesia do Ó e arredores. Essa sequencia de assaltos ocorreu nos últimos oito meses.

O taxista conta que, há dois meses, foi cercado por uma moto com dois homens em uma travessa da Avenida Elísio Teixeira Leite. “Eu estava fora do carro, ajudando um passageiro a desembarcar as malas às 23h30. Eles chegaram armados, me deram dois socos no rosto e roubaram R$ 270 e a carteira do passageiro”.    

Outro caso relatado por Alex aconteceu com um colega, em uma travessa da Avenida Cantídio Sampaio. Após ser assaltado por dois homens em uma moto, o taxista se dirigiu a uma base da polícia militar que fica próxima ao local, mas foi informado pelos policiais que eles não poderiam sair para procurar os ladrões.

O pai de Alex, que sai de casa às 4 horas da manhã para trabalhar no táxi, também foi vítima dos criminosos. O caso aconteceu no dia 21 de novembro, e Alex ainda se emociona ao pensar no que poderia ter acontecido. “Meu pai foi fechado por duas motos na Avenida Inajar de Souza. Eles aparentavam ser menores de idade, e estavam armados”.

Outro amigo de Alex foi assaltado duas vezes na mesma semana na Avenida Engenheiro Caetano Álvares. “Há quatro meses atrás um colega estava trabalhando próximo ao CTN (Centro de Tradições Nordestinas), e foi assaltado na segunda e na sexta-feira, no mesmo local, também por motoqueiros”.

Segundo Alex, além das avenidas já citadas, os lugares mais visados pelos criminosos na região são as avenidas General Edgar Facó, Raimundo Pereira de Magalhães, João Paulo I e Casa Verde. “Precisamos urgente de mais policiamento na região. Depois das 19h quase não vemos policiais nas ruas, e não há abordagem nos carros para revista”.

Os assaltantes estão ousados, e usam até os aplicativos de chamadas de táxi para cometer os crimes. “Um taxista conhecido foi chamado pelo aplicativo para atender um passageiro. No caminho, o suposto passageiro anunciou o assalto, e levou tudo o que ele tinha de valor. Não há meios de trabalhar sem correr riscos”.

Alex procurou a Folha do Motorista para alertar a categoria sobre a onda de crimes na região. “Os taxistas precisam estar cientes do que está ocorrendo antes de aceitar corridas para essas regiões, principalmente à noite. Eu, depois das 18h, não trabalho mais, e fico atento ao entrar e sair da minha casa”.

Alex conta que aprendeu a profissão com seu pai, que já está na praça há mais de 23 anos, mas agora não sabe se irá continuar trabalhando como taxista. “Desde pequeno eu sonhava em ser taxista por causa do meu pai. Eu amo essa profissão, mas tenho uma filha para criar, e estou pensando seriamente se vou continuar”, finalizou.