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Falta de respeito do poder público com o serviço de táxi de São Paulo

Ciclovias são implantadas sem planejamento, e desalojam taxistas pela cidade. Comerciantes se sentem prejudicados.


Ciclovias 729O serviço de táxi de São Paulo é tão importante quanto outros meios de transporte, como ônibus, trens e metrô. Os táxis transportam diariamente cerca de 450 mil passageiros, entre moradores da cidade e turistas. A instalação de ciclovias vem desalojando pontos de táxis e prejudicando comerciantes. “É uma falta de respeito do poder público com essas pessoas que pagam seus impostos”, afirmou Salomão Pereira.


Cada taxista de ponto privativo recolhe anualmente para a prefeitura R$ 85 em taxa anual para renovar o seu alvará e trabalhar no local onde o ponto foi oficializado. Um ponto de táxi com cinco vagas ocupa menos de 20 metros de rua, e acomoda uma média de 15 a 20 veículos, gerando para os cofres públicos quase R$ 1.700 por ano.


Todas as decisões tomadas pelo poder executivo de um município precisam ter uma análise de impacto. Infelizmente, a gestão do prefeito Fernando Haddad não é feita com planejamento. A própria prefeitura está ficando com prejuízo porque sua arrecadação de ISS vem caindo, já que cada porta comercial fechada significa menos impostos arrecadados.


A falta de planejamento na instalação de ciclovias desalojou o ponto de táxi que ficava há mais de 25 anos na Rua Coronel Lisboa, na Vila Mariana. Além disso, os comerciantes do local estão insatisfeitos com a ciclovia. Estacionar na rua estreita se tornou impossível, já que de um lado há a ciclovia e do outro lado da rua existem placas de proibido estacionar.


Laércio Duarte de Lima, que possui uma loja de produtos ortopédicos na rua, está pensando em se mudar do local, já que ficou inviável para seus clientes deficientes físicos freqüentar seu comércio. “Eu terei que fechar a loja, mas não sei o que fazer porque essa é minha única fonte de renda. Sustento minha esposa doente e estou trabalhando com problemas de saúde porque não posso parar. A falta de planejamento desta administração está complicando a vida de muitos comerciantes”, protestou Laércio.


As faixas vermelhas que indicam as ciclovias são pintadas de madrugada, sem nenhum comunicado prévio para os moradores e comerciantes. David Domingues, taxista que teve seu ponto desalojado por uma ciclovia na Rua Marechal Fiúza de Castro, no Extra Raposo Tavares, afirma que os moradores do local também estão inconformados. “Temos prédios aqui na rua sem vagas de garagem, e os moradores deixavam os carros na rua. Agora, eles não sabem o que fazer”.


Ainda segundo David o próprio DTP afirmou que não foi informado sobre a implantação da ciclovia no local, e por isso não avisou os taxistas. “O funcionário do órgão disse que essa situação está se repetindo por toda a cidade, e que agora teremos que aguardar para saber onde ficará nosso novo ponto”.


A reportagem da Folha do Motorista ficou cerca de 40 minutos em uma ciclovia para acompanhar o movimento de ciclistas. Nesse período, apenas duas bicicletas utilizaram a via (para fazer entrega de galões de água).


DTP afirma que participa da escolha dos locais das novas ciclovias


A Folha do Motorista entrou em contato com o DTP para saber a posição do órgão sobre as ciclovias que estão desalojando pontos de táxi pela cidade. Em nota, o órgão informou que participa de reuniões do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte da Prefeitura, onde são definidas coletivamente a prioridade de implantação das ciclovias.


Nos casos envolvendo a transferência de pontos de táxi, o DTP diz que participa conjuntamente com a CET do processo de transferência. Para isso, realiza vistorias e elabora proposta para a nova demarcação do ponto, para atender da melhor forma o usuário do serviço.


Segundo a nota, o DTP não irá se responsabilizar pelos transtornos causados aos taxistas, que terão que abandonar as estruturas já existentes em seus pontos para trabalhar em outro local. O órgão afirma que “as despesas de água, telefone e luz nos pontos de táxi são encargos pagos pelos taxistas que exercem atividade econômica de transporte individual de passageiros”.


Em atenção à manifestação dos taxistas, a CET informa que os projetos cicloviários implantados na cidade estão sendo realizados atendendo às características de cada local, e visam sempre proporcionar melhores condições de circulação e segurança aos usuários.


A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) afirma que todos os setores envolvidos ou interessados tiveram, e têm, espaço para debater, propor e melhorar o trabalho que vem sendo feito, e que o plano de mobilidade cicloviária da CET, que inclui a bicicleta como um modelo de transporte, está sendo estruturado dentro das normas estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).


A SMT salientou que as elaborações dos novos projetos estão sendo realizadas atendendo às características de cada local, como presença de ciclistas na via (leito veicular ou calçadas); características do tráfego: volume veicular, velocidade, composição da frota, especialmente se a via é itinerário de ônibus ou rota de caminhão; características de uso do solo: residencial, comercial, entre outras.


De acordo com a SMT, a reclamação referente à falta de vagas para estacionar nas ruas onde as ciclovias foram implantadas são normais. “Mudanças na política de estacionamento podem ocorrer a qualquer tempo, em função de novas ciclovias, faixas exclusivas e corredores de ônibus, como também pela existência de obras, pela alteração no sentido de circulação de tráfego, dentre outros fatores tecnicamente justificáveis”.


São Paulo conta com 119,8 km de ciclovias, que foram inauguradas desde junho. A meta da prefeitura é pintar 400 km de vias para bicicletas até o fim do ano que vem. “É uma alternativa que busca a interligação com os modos de transporte existentes, especialmente para percursos mais curtos, além de ser uma forma de contribuir com o meio ambiente por não ser poluente”, afirmou a SMT.


Pontos de táxi citados pela Folha do Motorista já têm novos endereços


Os pontos de táxi citados pela Folha do Motorista, que foram desalojados pela instalação de ciclovias, já tem novos endereços. Segundo o DTP, foram realizados estudos no ponto da Rua Marechal Fiúza, e decidiu-se pela demarcação do ponto no lado oposto da via. O projeto encontra-se na CET, que fará a sinalização de acordo com seu cronograma de trabalho.


Em relação ao ponto de táxi da Rua Coronel Lisboa, o DTP afirma que, em virtude da implantação da ciclovia, houve a transferência para a Rua Coronel Diogo de Faria. Porém, os taxistas solicitaram a transferência para a Rua Embaú e, após vistoria no local, o pedido foi deferido. A CET também fará a sinalização em breve.

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