Ciclofaixa ou corredor de manejo?

Beto Freire
Diretor do Conseg V. Maria e
Pres. da Assoc. Amigos do Pq. V. Guilherme - Trote

Em princípio o título pode parecer estranho para alguns, mas no decorrer da leitura você vai entender melhor a comparação e irá olhar essas faixas vermelhas em nossa cidade com a ótica da crítica construtiva.

A prefeitura de São Paulo passou a instalar faixas para bicicletas em vias da capital há dois anos, muito criticadas por motoristas, motociclistas, pedestres e principalmente por comerciantes. As críticas focam no trajeto, insegurança no trânsito e nos transtornos causados aos clientes e moradores.

E o corredor de manejo, onde entra?

O corredor de manejo leva o gado no cercado para o abatedouro, para que no momento de seu abate ele não fique estressado. Em nosso caso, esse corredor serve como peça de marketing para futuras eleições e para dar o chamado pão e circo romano.

Com uma cidade imensa territorialmente, por que levar ciclistas para um curral ao invés de fornecer toda malha viária para eles circularem? Pelo simples fato de fazer a chamada perfumaria política, que dá amostra grátis aos tolos. Nossa megalópole é insalubre e agressiva aos pedestres, ciclistas e motociclistas, então confinamos os grupos dando a impressão que defendemos causas politicamente corretas.

No momento é politicamente correto andar de transporte público, de bicicleta e caminhar. Como não existe planejamento para que as pessoas andem em segurança ou pedalem, por falta de investimentos em todos os setores, monta-se o circo.

Em resumo, não temos boa iluminação e muito menos segurança pública. Juntamos a esta receita calçadas em péssimo estado (quando elas existem), pontos de ônibus sem iluminação, cobertura e assentos. A educação de trânsito também não existe, e o munícipe que tenta trafegar encontra o caos, seja ele motorizado ou não.

Infelizmente, boa parte da nossa imprensa esta comprometida com anúncios e acordos, e os intelectualizados aparentam cansaço pra desconstruir o maquiavelismo. Segregar acaba sendo o remédio para uma doença que precisa de uma intervenção cirúrgica moral: a malha viária deve ser compartilhada por todos com segurança e respeito e, acima de tudo, colocando a vida em primeiro lugar!