Enterramento de fios em toda a cidade ainda vai demorar muito

Prefeitura anunciou áreas que terão prioridade na conversão de redes aéreas em subterrâneas

As recentes tempestades de verão trouxeram transtornos, com fortes ventos e quedas de árvores sob a fiação elétrica. O enterramento dos fios seria a solução para esse tipo de problema, mas, no ritmo atual, somente em 2180 toda a rede elétrica da capital será subterrânea.

O decreto nº 47.817, de 26 de outubro de 2006, estabeleceu o Programa de Enterramento das Redes Aéreas (PERA), e determinou que 250 quilômetros de fios fossem enterrados anualmente. Em 24 de fevereiro a prefeitura publicou a Portaria 261, estabelecendo os locais que terão prioridade para a realização das obras.

A primeira etapa do programa de enterramento de fios priorizará 150 quilômetros de corredores de ônibus, como na M' Boi Mirim, as regiões dos córregos Ponte Baixa, Aricanduva, Savuvus, as avenidas Chucri Zaidan, Santo Amaro e Juscelino Kubitschek, além das ruas do Gasômetro, Santa Ifigênia, José Paulino, Treze de Maio e adjacências.

A portaria também coloca como prioridade locais onde estejam previstas intervenções nos Planos Diretores Regionais, nas áreas com Programas de Renovação Urbana (públicas ou privadas) e nos locais onde a infraestrutura previamente instalada facilite as intervenções necessárias para a conversão.

Eletropaulo é a responsável pelos investimentos    

O decreto que determinou o enterramento de fios na cidade de São Paulo colocou a concessionária de energia elétrica, Eletropaulo, como responsável pelos investimentos. Porém, como não há nenhum tipo de multa ou punição pelo descumprimento, até o momento pouco foi feito.

Cada metro de fio que é transferido para o subsolo tem o custo R$ 10 mil, segundo a Eletropaulo. Ainda de acordo com a empresa, realizar obras para enterrar a fiação de toda a capital poderia dobrar ou triplicar o valor das contas de luz de toda a população.