São Paulo irá ganhar mais 125 semáforos sonoros

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) anunciou em 15 de maio a instalação de 125 semáforos sonoros na cidade de São Paulo. O projeto pretende auxiliar na inclusão das pessoas com deficiência visual, contribuindo para a mobilidade desses cidadãos.

Os semáforos sonoros serão implantados em duas fases, este ano e em 2016. Os lugares que receberão os novos equipamentos ainda não foram definidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que fará uma análise pública por meio de votação online para a escolha dos locais mais votados.

Hoje a cidade de São Paulo possui 6.204 semáforos, mas apenas 14 desses equipamentos são sonoros. Eles estão instalados em cinco cruzamentos - quatro na Rua Conselheiro Brotero, seis na Rua Líbero Badaró com o Viaduto do Chá e quatro nos acessos ao Aeroporto de Congonhas.

Mobilidade para a pessoa com deficiência visual em São Paulo

Segundo dados de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem em São Paulo 2,7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência - visual, auditiva, motora e mental. Deste total, cerca de 2,2 milhões de pessoas possuem deficiência visual; se considerarmos apenas as situações mais severas, em que a pessoa não enxerga ou tem grande dificuldade de enxergar, há na capital paulista 340 mil indivíduos.

Valéria Bromowicz Rodrigues, professora de orientação e mobilidade da Fundação Dorina Nowill, afirma que a Avenida Paulista é uma referência em termos de locomoção para as pessoas com deficiência visual, com os pisos direcionais e de alerta bem instalados. Porém, nos bairros a situação é diferente. “Uma calçada livre de interferências é o que a cidade precisa oferecer, não só às pessoas com deficiência visual, mas a todos os cidadãos. Uma caçamba de lixo, buracos, degraus, um carro ou uma moto estacionados na calçada se tornam obstáculos perigosos para quem não conta com a visão”, afirmou.

Em busca de independência e autonomia as pessoas com deficiência visual realizam treinamentos na Fundação Dorina Nowill, para uma locomoção segura pela cidade. Valéria afirma que o tempo para essa instrução, que conta com uma equipe multidisciplinar, varia de pessoa a pessoa, mas as capacita a ter confiança e utilizar a bengala no dia a dia.

“Os semáforos sonoros são uma ótima iniciativa, mas como eles não existem em toda a cidade as pessoas com deficiência visual ainda precisam de auxílio para atravessar as ruas. Uma dica é oferecer ajuda, e perguntar qual é a melhor forma de fazer isso”, lembra Valéria.

Para contribuir com a mobilidade das pessoas com deficiência visual a SMPED também anunciou a implantação das Rotas de Acessibilidade, que são pisos táteis direcionais. Essa ação já está em andamento, e deverá ser finalizada ainda no segundo semestre deste ano em vias de grande circulação, como a Consolação, região do Parque do Ibirapuera e Itaquera/ Parque do Carmo.

Além disso, a SPTrans está estudando a instalação de avisos sonoros dentro dos ônibus, para facilitar o deslocamento das pessoas com deficiência visual no transporte coletivo. Ao mesmo tempo, a reforma de 1 milhão de metros quadrados de calçadas (leia mais abaixo) irá contribuir para os deslocamentos pela cidade com mais segurança.