Taxista é assaltado por passageiro usuário de aplicativo

Caso põe em cheque a segurança das corridas realizadas através dos apps

Wellington Luis Bispo dos Santos, taxista há 11 anos, sempre pensou que aceitando corridas através de aplicativos estava em segurança. Porém, essa ideia mudou no dia 07 de junho, ao atender uma chamada pelo aplicativo Easy Taxi.

O taxista foi até a Avenida do Cursino às 5h20 da manhã. Dois jovens estavam no endereço combinado, e aguardavam o taxista do lado de fora de uma residência. Porém, dentro do táxi anunciaram o assalto.

O bandido que estava sentado no banco de trás mostrou a arma, enquanto o que ficou no banco da frente revistou o taxista, roubou dois celulares e R$ 550 em dinheiro. A dupla saiu do carro levando a chave, que foi jogada na rua um pouco mais à frente. Depois, sumiram em uma viela.

Wellington prestou queixa em uma delegacia, e ouviu informalmente do delegado que os criminosos devem ter feito um cadastro falso no aplicativo apenas para assaltar taxistas. “Esse é o meu medo: que eles continuem pedindo táxis pelo Easy e façam uma série de assaltos”, afirmou.

Mas, o que mais indignou a vítima foi a forma como a Easy Táxi tratou o assunto. “Eu liguei para o aplicativo logo após o crime, e eles me disseram que não têm nenhuma responsabilidade sobre as ações dos passageiros, mas iriam passar o caso para o departamento jurídico”, lembrou o taxista.

Após uma semana sem receber retorno da Easy Taxi, Wellington foi pessoalmente ao escritório da empresa. “Fui informado que esse tipo de incidente nunca aconteceu. Porém, eu pedi os dados do passageiro para informar a polícia, e eles me disseram que só possuem o primeiro nome, um e-mail, o número do telefone e o IMEI do aparelho celular. Os passageiros cadastram um cartão de crédito apenas se optarem por pagar as corridas pelo aplicativo, o que não é obrigatório”.

Wellington afirmou que ficou frustrado com o atendimento da Easy Taxi, e deixará de atender chamadas pelo app pela falta de segurança. “Para nós taxistas eles exigem todos os documentos: RG, CPF, CNH, Condutax, Alvará, documento do carro e comprovante de residência. Mas a segurança do taxista não é levada em conta, já que para o passageiro nada é pedido”, finalizou a vítima.

Easy Taxi não se pronunciou

A redação da Folha do Motorista solicitou uma posição da Easy Taxi sobre o caso, mas até o fechamento desta edição não recebeu resposta.