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Falta de taxímetros nos Táxis Pretos desagrada categoria

Vereador Salomão já realizou duas reuniões sobre o tema, atendendo a  um pedido dos taxistas


Ipem 1 FM761O início da operação da nova categoria de táxis de São Paulo, os Táxis Pretos, não tem sido fácil. Muitas queixas chegaram até o gabinete do vereador Salomão Pereira, que decidiu interferir na situação e se reuniu em 14 de março no Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem) com o superintendente Clóvis Volpi, e em 18 de março com o diretor do Departamento de Transportes Públicos (DTP), Roberto Brederode Sihler. Representantes dos taxistas e das empresas fabricantes de taxímetros também estiveram presentes.


A principal reclamação da nova categoria, que já possui aproximadamente 200 carros rodando pela capital, é a falta de taxímetro. Atualmente todos os carros utilizam apenas a cobrança realizada pelos aplicativos, o que tem gerado reclamações sobre valores. “Fiz uma corrida de 13 quilômetros, e o aplicativo gerou uma tarifa de R$ 10. Porém, fiz outra corrida de 6 quilômetros, e o app cobrou R$ 87,48”, afirmou um taxista.


Há casos de corridas de 30 quilômetros em que o passageiro pagou apenas R$ 10, e outras corridas menores, de quatro e oito quilômetros, em que o valor a pagar apareceu zerado no aplicativo. Todos os casos foram passados para o Ipem, órgão responsável pela fiscalização de taxímetros.


“O Ipem não está realizando a aferição dos taxímetros da categoria Táxi Preto, mesmo porque os carros não dispõem desse equipamento. Porém, a Portaria que regulamentou essa nova modalidade de táxi diz que é obrigatório o uso de taxímetro ou meio tecnológico. Ou seja, o taxista deveria ser livre para escolher se quer trabalhar com taxímetro ou apenas com a tarifa gerada pelo aplicativo, mas em ambos os casos a fiscalização deve ser feita pelo Ipem”, afirmou o vereador Salomão.


Segundo os taxistas da categoria, o valor das corridas está inviabilizando o trabalho, já que as despesas fixas são grandes (pagamento da outorga, prestação e seguro do carro, combustível) e não há um retorno financeiro. Além disso, o sinal de internet é instável em algumas regiões da cidade, o que dificultaria o dia a dia dos profissionais, que dependem dos apps para conseguir passageiros.


Brederode se surpreendeu com a gravidade da situação, e garantiu que irá encaminhar o problema ao Secretário Municipal de Transportes, Jilmar Tatto. O vereador Salomão e a Folha do Motorista continuarão acompanhando o caso.


Taxista da nova modalidade afirma que falta aprimoramento


Ipem 2 FM761Carlos Alex Sampaio Leite trabalhou como preposto por 10 anos até conseguir ser sorteado com um alvará do Táxi Preto. Rodando com seu carro há duas semanas, ele afirma que a nova categoria ainda precisa passar por aprimoramentos, e sua renda, se continuar no mesmo patamar, será suficiente apenas para pagar a prestação do veículo e a outorga.


Além disso, Carlos afirma que os aplicativos também precisam de ajustes para que o taxista e o passageiro se sintam satisfeitos. “Por ser uma nova modalidade de transporte temos poucos passageiros, e por isso os aplicativos nos mandam pegar corridas a oito, nove quilômetros. Como pegamos trânsito, os passageiros acham o serviço demorado e acabam cancelando”.


A falta de taxímetro e de luminoso também confunde os passageiros, que ainda não estão bem informados sobre os Táxis Pretos. Carlos acredita que será necessário um investimento em mídia por parte do poder público para que o serviço seja mais conhecido. “Já tive que mostrar meu alvará para que o passageiro acreditasse que eu era taxista. E também já fui confundido com um carro do Uber, já que o passageiro não repara na placa vermelha”, lembrou.


Entre todas as questões que ainda precisam ser aprimoradas para o bom andamento do Táxi Preto, o que mais preocupa o taxista é a renda. Isso porque, entre o pagamento da outorga, prestação do carro e seguro ele precisará desembolsar mensalmente R$ 4.000, fora combustível e despesas pessoais.


Devido a isso, a falta de taxímetro é a questão central, na opinião de Carlos. “Os valores gerados pelo aplicativo estão abaixo do esperado. Não percebi o acréscimo de 25% no horário de pico, e acredito que as tarifas estão praticamente iguais a do táxi comum. Com o taxímetro, os passageiros teriam mais confiança, e eu teria um melhor controle”, finalizou.

 

Fabricante de taxímetros diz que possui tecnologia para interagir com aplicativos


Ipem 3 FM761Jefferson Figueiredo, da empresa fabricante de taxímetros Fip, afirmou que possui tecnologia para interagir com os aplicativos que operam no Táxi Preto. Desta forma, já é possível que os veículos dessa modalidade tenham um taxímetro instalado; por sua vez, os aplicativos continuariam a intermediar a aproximação entre os passageiros e os taxistas, cobrando as porcentagens sobre as corridas estabelecidas por cada empresa.


“O taxímetro pode ser totalmente integrado aos aplicativos através de um dispositivo Bluetooth. Desta forma, o taxímetro faria a medição de uma forma legal, aferida pelo Ipem, e passaria esse valor para o aplicativo, que poderia cobrar a corrida do cartão do passageiro e já descontar a sua porcentagem”, explicou Jefferson.


Outra questão levantada pelo fabricante é a forma de pagamento, que nos Táxis Pretos necessariamente é realizada com cartões. “O Código de Defesa do Consumidor diz que não se pode recusar um pagamento feito em dinheiro. Ou seja, se o passageiro preferir pagar com dinheiro, o taxista terá o taxímetro para saber o valor da corrida”.


Ipem 4 FM761O taxímetro é um equipamento que segue um regulamento técnico metrológico, passa por diversos testes no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e verificações no Ipem antes de ser comercializado. Além disso, depois de instalado no carro o aparelho passa novamente por inspeção no Ipem, o que garante um controle muito rígido. Já as tarifas geradas diretamente pelos aplicativos não são fiscalizadas pelo Ipem.      


Segundo Jefferson, a Prefeitura não está cumprindo o próprio decreto que instituiu o Táxi Preto, que diz que os carros deveriam estar equipados com taxímetro. Além disso, as legislações estaduais e federais obrigam o transporte individual remunerado de passageiros a possuir taxímetro.

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