“Não queremos ser um movimento de massa política em nossa cidade”

Sobre a retirada dos táxis dos corredores de ônibus, solicitada pelo Ministério Público

O estudo apresentado para retirar os táxis dos corredores tem como justificativa a melhora na fluidez nos ônibus e, consequentemente, no transporte público para o usuário. Mas, qual será o reflexo desta ação para o serviço de táxi?

Primeiramente, haverá um acréscimo do transporte clandestino (fato que já é praticado hoje). Outro ponto negativo será a insatisfação do cliente, com a demora e a degradação do serviço de táxi. O impacto imediato será a redução do faturamento do taxista em 50% (sem contar que a tarifa do taxi está congelada há trinta e seis meses). No quesito Copa do Mundo, o serviço de taxi de São Paulo estará fora do padrão FIFA.

Existe atualmente no município de São Paulo uma frota de sete milhões de automóveis, sendo que dois milhões circulam em situação irregular por diversos motivos. O MP também deveria impor o rigor da lei referente às questões das irregularidades praticadas pelos automóveis particulares.

Se todos os membros da esfera governamental estão focados na melhoria do transporte público, porque não utilizam diariamente o serviço de táxi da cidade? Os impactos desta ação, além do exemplo, teriam como conseqüência menos automóveis de Vossas Excelências circulando pelas ruas, congestionando cada vez mais o trânsito.

A melhoria do transporte público e do trânsito não se limita à velocidade, mas é parte de um conjunto de ações. Não há conforto para os usuários, faltam terminais, coberturas em pontos de ônibus, informações, ar condicionado...

Os recursos deveriam ser utilizados para realizar ações concretas e positivas, como o funcionamento e manutenção dos semáforos, serviço telefônico da CET, remoção de veículos quebrados e batidos em vias públicas, remoção de árvores caídas, reparo de buracos com qualidade.

Além disso, é necessário gerenciar com eficiência as prestadoras de serviços como Sabesp (melhorando a condição de reparos em vias públicas e calçadas), Eletropaulo (evitar a falta de energia), e as operadoras de telecomunicações (que devem optar por realizar seus serviços em horários alternativos).

A conclusão que chegamos é que a melhoria do transporte público não se faz com latas de tinta branca, pintando faixas e dificultando cada vez mais o trânsito. Todos têm que dar a sua cota de sacrifício, e os taxistas já estão contribuindo com a cidade, cada dia faturamento menos, mas mesmo assim procurando melhorar sua ferramenta de trabalho para atender melhor o passageiro. Mas essas situações não são levadas em conta por esta administração.
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